O Pix no e-commerce é um lançamento relativamente recente do Banco Central no setor de pagamentos, em novembro de 2020. Na ocasião, alguns sites de grandes marcas varejistas foram pioneiros na adoção da modalidade no e-commerce.
Até agora, entretanto, a maior utilização do Pix vem sendo em transferências bancárias entre pessoas. Só em janeiro de 2021, por exemplo, quase 80% das transações bancárias foram pelo Pix.
A tendência é que cada vez mais lojas virtuais passem a oferecê-lo como meio de pagamento. É um movimento que já está acontecendo em diversos países: a expectativa é de que até 2025, as empresas B2B vão ter uma fatia de 89% das transações por pagamento instantâneo ao redor do mundo.
Uma pesquisa da Ernst Young aponta que o Brasil é o 4º país mais favorável à adoção de novidades em pagamento, o que corrobora a rápida adaptabilidade dos pagamentos digitais. Isso leva em consideração que hoje 87% da população é residente em áreas urbanas, com acesso à internet (71%) e usuária de smartphones (66%).
Basta agora que as empresas ampliem a propagação do Pix e incentivem os consumidores a utilizá-lo mais nas compras virtuais e físicas. Entenda as vantagens a seguir!
Vantagens de vender por Pix no e-commerce
Apesar do curto período de existência, o Pix no e-commerce já vem gerando resultados. As vantagens de utilizar esse meio de pagamento estão atraindo a atenção de empreendedores, grandes nomes do varejo e dos consumidores que já podem experimentar a novidade.
O que chama mais a atenção quanto ao Pix, como método de pagamento em compras online, é a sua praticidade e instantaneidade. Enquanto o pagamento por cartão, por exemplo, requer o preencher inúmeros dados – como número, data de validade e CVV -, com o Pix basta a leitura de um QR Code com o celular para, em segundos, ter a sua compra concluída com muito menos “fricção”.
Em comparação com o boleto, o pagamento instantâneo também apresenta vantagens. Uma delas é, claro, em relação ao tempo de compensação do pagamento. Isso porque os boletos podem levar cerca de 2 dias úteis para serem processados pelos bancos, enquanto, com o Pix, o pagamento chega ao lojista em até 10 segundos. Mesmo as compras por cartões de crédito podem levar mais tempo que isso para serem confirmadas.
A rapidez do Pix não só garante maior liquidez imediata ao empreendedor, como também permite uma logística muito mais ágil. Isso porque se torna possível seguir com a separação e envio do produto ao cliente no mesmo dia que a compra é feita. Dessa forma, o tempo menor de frete (que engloba o tempo de confirmação de pagamento) acaba sendo mais um diferencial competitivo permitido pelo Pix.
Mais benefícios
Com o Pix, as lojas também têm mais garantia de que o cliente não vai desistir da compra, como é muito comum quando a compra é feita por boleto. O boleto costuma ser enviado para o cliente por e-mail depois que ele já saiu da página de compra, o que pode gerar esquecimento do pagamento ou desistência. Já o Pix é feito no momento do fechamento da compra no checkout.
Ou seja, na maioria das vezes, é preciso que o cliente faça o pagamento antes de sair do site, para que seu pedido seja validado. Dessa forma, a porcentagem de conversão é maior e não ocorre a reserva de um produto desnecessariamente. Isso evita prejuízos para o e-commerce, principalmente em relação a produtos de alta procura ou promocionais.
Outra vantagem é que o Pix no e-commerce pode incluir como compradores pessoas que tenham apenas carteira digital, e não necessariamente cartão de crédito ou conta bancária, o que atrai mais consumidores.
Sem contar que as taxas praticadas pelas instituições financeiras sobre o Pix são muito menores que as dos demais meios de pagamento. Isso porque há menos intermediários na cadeia de pagamento, o que reduz os custos envolvidos, refletindo-se no baixo custo para o usuário.
Veja abaixo algumas das tarifas praticadas por bancos para o recebimento via Pix QR Code para empresas atualmente:
- Santander: 1,4% do valor da transação, com tarifa mínima de R$0,95;
- Itaú: 1,45% do valor pago com tarifa mínima de R$1 e máxima de R$150;
- Bradesco: 1,4% do valor da transação, com tarifa mínima de R$0,90 e máxima de R$ 145.
Lembrando que as fintechs, como a iugu, também estão disponibilizando o Pix em suas soluções, com tarifas mais competitivas, a partir de 0,99% do valor da transação, ou mesmo zerando suas taxas em determinadas situações.
Resumindo…
- O Pix é uma forma de pagamento de baixa fricção para o e-commerce;
- Tem potencial de aumentar as conversões de venda;
- O valor pago é liquidado instantaneamente para o recebedor, 24 horas por dia, 7 dias por semana;
- Agiliza a conciliação bancária e fluxo de caixa;
- A confirmação imediata de compra pode impulsionar frete mais rápido;
- Permite maior controle de estoque;
- Taxas menores que dos outros meios de pagamento;
- Abre mais possibilidades de descontos.
E-commerces que já adotaram o Pix
No varejo, não faltam exemplos de grandes empresas que já adotaram o Pix. Muitas delas foram pioneiras com o Pix no e-commerce e inovaram em seus sistemas de pagamento online.
No ano que passou, “reinvenção” foi a palavra de lei. E, nesse pacote, a adoção do Pix foi um passo importante para a transformação digital que está ocorrendo em todos os setores da economia.
Veja alguns exemplos abaixo:
Pernambucanas
A Pernambucanas, varejista do setor de enxoval e utilidades do lar, encerrou 2020 com crescimento de 1.081% no faturamento do e-commerce e recorde na abertura de lojas físicas, segundo a companhia.
A empresa tem uma fintech própria, o que permitiu a rápida integração do Pix ao seu e-commerce e em 100% dos seus estabelecimentos físicos, com mais de 306 mil chaves cadastradas.
Entre as inovações, além do Pix, a rede passou a vender por a32plicativo e pelo Whatsapp, (com retirada pelo drive thru), o que adicionou mais de R$38 milhões em vendas no ano.
Essas e outras iniciativas permitiram um ano excepcional para a varejista, com Ebitda ajustado positivo em R$358 milhões, segundo balanço financeiro da companhia.
Americanas
A gigante do e-commerce implantou o Pix em seu e-commerce em dezembro do ano passado e vem aproveitando oportunidades de atrair clientes a partir de descontos exclusivos para esse meio de pagamento.
Em uma das campanhas mais recentes, por exemplo, era possível obter até R$500 em descontos em eletrodomésticos, informática e outros produtos, através do Pix no checkout do marketplace.
Além disso, a intermediadora de pagamentos da Americanas oferece um programa de cashback para as compras por QR Code.
Esses são bons exemplos de como aproveitar o Pix para oferecer promoções assertivas aos clientes.
Mercado Livre
O Mercado Livre não protagonizou a implantação do Pix, pois começou a fazê-la com alguns meses de atraso (em abril de 2021), mas finalmente está adotando esse meio de pagamento em seu marketplace.
Segundo a companhia, a expectativa é que o Pix substitua principalmente as vendas com boleto e agilize tanto a jornada de consumidores quanto de vendedores.
“Ao pagar com Pix, o consumidor passa a ter a compra aprovada a qualquer hora do dia, inclusive aos fins de semana e feriados”, explica Roberta Donato, diretora de marketplace do Mercado Livre em matéria da E-commerce Brasil.
Já o head de Pagamentos Online do Mercado Pago, Daniel Davanço, confirma a importância do Pix: “Temos observado um crescimento progressivo na adesão do Pix no e-commerce, com avanço de 20% no volume de vendas a cada semana e uma conversão de vendas, quando comparado ao boleto, 14 p.p. [pontos percentuais] maior entre os nossos clientes de fora da plataforma Mercado Livre”, finaliza.
Como oferecer o Pix no e-commerce?
O Pix é um recurso que está disponível na maioria das contas bancárias e digitais, tanto de pessoas físicas quanto jurídicas. Entretanto, o uso comercial do Pix não é aconselhável ser feito manualmente pela chave Pix.
Isso porque, caso estejamos falando de um e-commerce, onde há geralmente um grande volume de vendas e processos, é preciso que a plataforma tenha integrações com sistemas de pagamentos digitais (bancos ou fintechs) que ofereçam o Pix dentre as soluções.
Elas permitirão a geração de QR Codes nos checkouts de compras – ou do Pix Copia e Cola para compras em smartphone -, e uma melhor gestão dos pagamentos recebidos, sem necessidade de verificação manual do extrato da conta.
Além disso, a plataforma pode ter integração com as demais partes do sistema de e-commerce, como o backoffice e sistemas de Notas Fiscais e estoque, por exemplo, automatizando todo o processo de vendas de ponta a ponta.
Então, como escolher plataformas que integram com o Pix?
Num primeiro momento, você irá procurar as taxas cobradas pelos meios de pagamento para oferecer o Pix no seu e-commerce.
Mas saiba que algumas oferecem esse serviço a custo zero, como a VTEX integrada à iugu, onde você não paga nenhuma taxa pelo Pix!
Além disso, procure plataformas que sejam, no conjunto, as mais adequadas para as características do seu negócio e ofereçam recursos de gestão financeira para te ajudar no dia a dia das vendas.
Assim, é importante verificar se a plataforma oferece condições atrativas para outros meios de pagamento que você também vai oferecer, como cartão de crédito e boleto bancário.
Alguns recursos extras podem ser um sistema de recorrência, que funciona para empresas que vendem produtos ou serviços com frequência a um mesmo cliente, como assinaturas ou vendas programadas, por exemplo. A plataforma de pagamento se torna responsável por todo o ciclo de cobrança para esse cliente, com automação e praticidade.
Opte também pela plataforma que ofereça o melhor painel de relatórios de vendas para o seu negócio. É muito importante ter essa gestão à vista e controlar pagamentos recebidos e pendentes – sejam pelo Pix ou por outros meios -, além de diversas métricas que você pode utilizar no controle financeiro da empresa.
Na plataforma de pagamentos iugu você já encontra o Pix e diversas funcionalidades para a gestão financeira do seu e-commerce. Conheça mais sobre a solução completa aqui.